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O que são transtornos mentais?

Os transtornos mentais são entendidos atualmente como resultado de um distúrbio do desenvolvimento cerebral que ocorre em todas as fases da vida principalmente na infância e adolescência. Estudos indicam que é especialmente neste período que surgem os transtornos mentais quando o cérebro está se reorganizando. Estimativas indicam que entre 50% e 75% dos transtornos mentais tenham início na adolescência. Atualmente, os transtornos mentais – como depressão, ansiedade, esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar – estão entre o conjunto de doenças crônicas que mais afetam a população na faixa etária de 10 a 24 anos no mundo.

 

No entanto, a falsa impressão de que os jovens são sempre saudáveis e o estigma das doenças mentais contribuem para retardar o diagnóstico e o início do tratamento, o que agrava o quadro do transtorno mental e leva a repercussões por toda a vida. Sabemos que existem fatores considerados de risco e potencializadores para o desenvolvimento de transtornos mentais, como o consumo de álcool, drogas e tabagismo e exposição a situações traumáticas. Outras situações também foram associadas como a exposição ao bullying, à violência física e sexual, fobias, depressão, ansiedade e estresse desencadeados por eventos traumáticos.Diante desse quadro, ações de prevenção e promoção à saúde mental têm sido indicadas por muitos especialistas e vêm modificando o paradigma da psiquiatria nos últimos anos.

 

O reconhecimento e intervenção precoce tem sido tema de diversos estudos por todo o mundo e demonstraram modificar o curso de doenças mentais crônicas. Hoje sabemos que identificar e intervir precocemente em transtornos mentais pode inibir ou retardar o desenvolvimento de uma evolução desfavorável, como um surto psicótico ou suicídio.

NEUROPSICOLOGIA

 

A neuropsicologia é o campo do conhecimento que trata da relação entre cognição, comportamento e atividade do sistema nervoso em condições normais e patológicas

A avaliação Neuropsicológica visa fornecer um perfil cognitivo do sujeito que, combinado à avaliação dos aspectos clínicos e psicológicos, permite auxiliar no diagnóstico, elaborar um planejamento individualizado e orientar sobre o melhor aproveitamento das potencialidades. É uma avaliação detalhada e objetiva das principais funções mentais: atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico, planejamento, percepção visual, capacidade aritmética e outras. Para isto, são utilizados testes específicos, além de questionários e inventários.

Os resultados do exame auxiliam no processo diagnóstico e na diferenciação com vários outros problemas que podem ser parecidos entre si (diagnóstico diferencial) e permitem à equipe e ao neuropsicólogo entender melhor os sintomas apresentados e elaborar estratégias de tratamento.

PSICOPEDAGOGIA

 

A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia, fundamentados em diferentes referenciais teóricos. O psicopedagogo é o profissional que atua no âmbito escolar em conjuto com a equipe de saúde na intenção de promover melhora das dificuldades dos processos de aprendizagem decorrentes de um transtorno mental.

Avaliação diagnóstica


A avaliação diagnóstica em psiquiatria tem suas particularidades. O psiquiatra precisa levar em conta diversos contextos (individuais, familiares e sociais) na maioria das vezes determinantes para se chegar ao entendimento do problema. Na infância e adolescência, é necessário entender as queixas escolares, dos pais e do paciente que muitas vezes diferem entre si. Adultos e idosos necessitam da mesma abordagem de investigação em múltiplos contextos.

A partir da identificação do problema principal, cabe ao psiquiatra obter os dados da historia do paciente levando em conta o contexto familiar e social; realizar seu exame psíquico; e detectar áreas saudáveis de seu funcionamento, bem como o grau de seu sofrimento psíquico ou o prejuízo nas áreas comprometidas. Também é preciso levar em conta sua idade e seu desenvolvimento motor, cognitivo e emocional. Uma avaliação adequada oferece condições para o diagnóstico inicial e para o encaminhamento do caso quando necessário. 


Tratamento

O tratamento dos transtornos mentais envolve diversas abordagens dependendo de cada caso e cabe ao psiquiatra o manejo medicamentoso, a indicação de terapias complementares e a interlocução com equipe multidisciplinar dos profissionais.

O atendimento envolve o paciente de modo individualizado ou pode ocorrer em abordagens psicoterápicas em grupo quando indicado. Avaliações dos diferentes contextos (familiar e social) podem ser necessárias. Especialmente na infância, pode ser preciso prestar assistência a outros membros da família (acompanhamento dos pais, terapia do grupo familiar), e à assistência à escola, entre outros.

O uso de medicamentos com ação no sistema nervoso central (psicofármacos) é frequentemente utilizado na intenção de intervir no curso do neurodesenvolvimento patológico e promover a recuperação. A busca de um tratamento individualizado é sempre recomendada diante das diferentes caraterísticas individuais (genética, ambiental, metabólica entre outras) sem desconsiderar os atuais protocolos internacionais de tratamento psicofarmacológico. 

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